MST ocupa área desativada da Embrapa em Petrolina
Dentro da programação do movimento ‘ABRIL VERMELHO’ que visa ocupar para fins de reforma agrária latifúndios que não cumprem o papel social de produzir alimentos, conforme a Constituição Federal, cerca de 600 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST/PE), ocuparam na madrugada de domingo, 16, a área da antiga Embrapa Produção de Sementes, desativada há pelo menos 5 anos em Petrolina, no sertão do São Francisco.
O programa Dupla Conexão desta terça, 18, conversa com a coordenação regional do MST para saber como pretendem encaminhar essa ação de ocupar a área de um órgão federal. A região do Sertão do São Francisco é em Pernambuco, a área com o maior número de assentamentos fruto de ações de governos federal e estadual na promoção de uma reforma agrária justa, ordeira e pacífica.
OUTRAS OCUPAÇÕES
Ao todo, só neste mês de abril, 2.280 famílias Sem Terra no estado realizaram ocupações. Houveram ações de enfrentamento ao latifúndio em todas as grandes regiões de Pernambuco: na Região Metropolitana, Zona da Mata, Agreste e Sertão.
A primeira dessas ocupações ocorreu no último dia 3 de abril, no Engenho Cumbre, em Timbaúba, com cerca de 200 famílias que reivindicam Reforma Agrária, em área pública pertencente ao governo do Estado desde 2012.
Outra área ocupada durante a Jornada,foi feita no Engenho Juliãozinho, também no município de Timbaúba, com 150 famílias sobre terras públicas do Governo do Estado de Pernambuco que estão sendo griladas, arrendadas de forma irregular pela Usina Cruangi.
Em Jaboatão dos Guararapes, 400 famílias ocuparam o Engenho Pinheiro ligado à massa falida da Usina Bulhões. A propriedade além de não cumprir a função social, possui irregularidades tributárias junto e perante ao Estado Brasileiro.
Em Barra do Algodão, em Tacaimbó, 80 famílias ocuparam terras improdutivas que possuem dividendos e irregularidades com o Estado.
Em Santa Terezinha, Caruaru, outras 350 famílias ocuparam uma área que tem um grande potencial produtivo, entretanto a terra está ociosa, além da propriedade apresentar irregularidades com a Receita Federal.
Em Glória do Goitá, 200 famílias ocuparam a Fazenda Boa Esperança, uma área emblemática de concentração fundiária, que está sob controle de uma família tradicional da região, a família Paes.
No Engenho Barreirinha, na Usina Santa Tereza, em Goiânia, 300 famílias ocuparam área que já foi desapropriada no ano de 2013 pelo Governo do Estado, porém a Usina ainda manteve as terras sob seu controle na última década.
REIVINDICAÇÕES
É importante ressaltar a urgência de investimento para agricultura familiar e acesso à crédito para a produção de mais alimentos, para resolver de vez o problema da fome em nosso país.
Por isso, defendemos que para superar os problemas que atingem o nosso país é necessário que o estado coloque as terras a disposição para os trabalhadores e trabalhadoras para produzir alimentos, gerar renda no interior, conseguir trabalho, ter moradia e ajudar a população e Brasil a sair da crise herdada pelo o governo anterior.
Somos uma força concreta voltada à produção de alimentos saudáveis, com 160 cooperativas, 120 agroindústrias, 1900 associações e mais de 450 mil famílias assentadas. Somos o maior produtor de arroz orgânico da América latina e uma organização social comprometida com a agroecologia.
Solicitamos que o Governo assente ainda em 2023 todas as famílias acampadas do MST que estão a mais 7,8 anos ou mais debaixo da lona preta, lutando para serem assentadas.
Somente em Pernambuco há 143 acampamentos do MST. Onde é necessário tomar medidas urgentes em pró a Reforma Agrária, como a recriar o Incra de Petrolina e nomeação da superintendência de imediato. (POR BLOG DA COLUNA BASTIDOR COM O PORTAL DO MST/PE)